Para assegurar a castração dos animais que vivem em situação de vulnerabilidade, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), a partir do programa Aju Animal, possui um convênio com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Com ele, o programa atende à causa animal em várias frentes na capital, dando celeridade ao processo de castração que está diretamente ligada ao controle populacional desses animais domésticos e, consequentemente, de zoonoses, evitando que apresentem riscos para eles mesmos e para a população.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Lemos, explica que, além dos serviços prestados, a parceria com a UFS resulta em pesquisas de campo onde é possível ter acesso aos dados que mostram a realidade na qual vivem os animais em situação de rua na cidade. Segundo ele, essa ação traz benefícios principalmente a longo prazo, decorrentes da castração dos animais.
“O controle populacional dessas espécies de animais domésticos é um ponto-chave para solucionar questões como o abandono de cães e gatos nas ruas, bem como o de transmissão de doenças que podem afetar esses animais e também a população humana. Vamos continuar avançando para estabilizar o crescimento e continuar realizando os outros componentes do Aju Animal, que são o da saúde, do abrigo e destinação para adoção desses animais, que é o objetivo final para aqueles que hoje não têm um lar permanente”, detalha Alan.
Além do convênio com a UFS, o Aju Animal conta com os serviços de uma clínica credenciada. De acordo com a coordenadora técnica do programa, Anne Carollyne, já foram realizadas mais de 4.700 castrações desde que o programa foi lançado. Para ela, os números mostram o respeito da gestão com a causa animal. “A gente fica feliz ao ver que o Aju Animal tem atendido à comunidade de forma satisfatória. A nossa ideia é proporcionar um atendimento cada vez melhor, por isso trabalhamos com dois locais para castração”, afirma.
Acolhimento e cuidado
Voluntária de um lar temporário de cães localizado em São Cristóvão, Karla Germani Silva, apaixonou-se pela causa animal enquanto fazia doação para esse lar, que hoje faz parte. Além de ter abraçado a missão, hoje, Karla também incentiva outras pessoas a terem os mesmos cuidados pelos bichos. Atualmente, toda a família dela vive em prol do bem estar animal, seja acolhendo, alimentando, castrando ou enviando para adoção. Para ela, programas como o Aju Animal são fundamentais para garantir a saúde dos bichos e da população, pois na rua os animais se reproduzem com maior facilidade e estão mais propícios a pegarem doenças, podendo contaminar pessoas.
“Se cada pessoa se comprometesse a cuidar de um pet, não teríamos tantos animais em situação de vulnerabilidade nas ruas. Nós, protetores, estamos lidando com surtos de doenças constantemente. Ter esse serviço de castração de forma gratuita nos ajuda a eliminar um problema de saúde pública. A Prefeitura de Aracaju procurou os protetores nas redes sociais e nos pediu para fazer o cadastro para nos ajudar tanto com consultas, quanto com castrações. Esse é um trabalho completo, desde cuidados com saúde dos bichos até a conscientização da população, através de campanhas de adoção realizadas pela Sema em parceria com os protetores. Fiz o cadastro por meio do site da Prefeitura e garanto que o serviço de castração está sendo bem rápido. Não podemos mais viver sem o AjuAnimal”, declara Karla.
Protetora de gatos, Karine Martins de Lacerda, 46 anos, conta que faz parte da causa animal há pouco mais de um ano. Inicialmente, suas ações eram voltadas para os cachorros, mas, aos poucos, foi criando um vínculo com os gatos. Agora, Karine cuida de alguns felinos de rua de forma independente, alimentando, castrando e enviando para adoção. Para ela, esse programa da Prefeitura tem feito a diferença, porque com a castração garantida ela consegue “voltar seus olhos para outras necessidades". Ela diz que toda semana leva uma quantidade de gatos para realizar o procedimento no hospital veterinário da UFS.
“A castração faz parte da saúde animal e da população, não é só a alimentação, precisamos evitar a proliferação de doenças. Eu fiquei sabendo do Aju Animal por meio da minha irmã e também por outras voluntárias que me ajudam com os gatos. Ter esse apoio da gestão é fundamental. Nós conhecemos muitos locais que fazem castração solidária, com um valor simbólico, veterinários que apoiam a causa, mas aqui é totalmente de graça, e isso faz total diferença, porque não acaba por aí, temos a despesa do pós cirúrgico, alimentação, lar temporário”, explica Karine.
Fotos: Alberto Cézar/PMA