Com baixa cobertura, Prefeitura de Aracaju reforça necessidade da vacinação contra pólio
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Publicado em 29/08/2022


A vacinação é a única forma de prevenção de doenças como a poliomielite, enfermidade que pode provocar graves sequelas, que foi erradicada do país em 1994, mas que corre o risco de retornar por conta dos baixos índices de adesão às campanhas de imunização nos últimos anos. Sendo assim, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), tem ampliado os esforços para aumentar o número de crianças vacinadas.

O município aderiu ao calendário nacional de vacinação ligado à poliomielite, ainda no início de agosto, tendo como público-alvo crianças abaixo de 5 anos, ofertando o imunizante de maneira ampla.
 
“A campanha teve início no dia 8 de agosto e vai até 9 de setembro, e precisamos atingir 95% de cobertura vacinal. Hoje, Aracaju conta com apenas 26,15%. Nosso público-alvo é de crianças entre um e menos de 5 anos. A vacina serve para prevenir a paralisia infantil. Ela está disponível em todas as 45 Unidades Básicas de Saúde e, também, nos shoppings”, explica a coordenadora de Imunização, Larissa Ribeiro.

Para garantir o acesso à vacinação, os pais ou responsáveis devem levar documento com foto, caderneta de vacina, documento da criança e comprovante de residência ao local selecionado.

Como a poliomielite é uma doença incapacitante e que pode matar, se faz urgente que as taxas de imunização voltem a crescer no país e, para isso, todo cidadão deve cooperar e o poder público criar condições para o sucesso desta iniciativa.

“A vacinação diminui a circulação do vírus entre a população, diminuindo, também, o risco de infecção e transmissão. O Brasil, assim como quase toda a América, está em alto risco de retorno da doença, pelo fato do vírus existir de maneira endêmica e em forma de surtos em outros continentes, da globalização e das baixíssimas coberturas vacinais”, ressalta a infectologista da SMS, Fabrízia Tavares.

Ainda de acordo com a especialista, é importante que a população tenha em mente que a campanha não se trata apenas de “números a serem alcançados”, mas, sim, da quantidade de pessoas protegidas ou não, sob o risco iminente de adoecerem e transmitirem o vírus para outros.

Além disso, como há uma geração de pais que nunca viu alguém com poliomielite, existe uma falsa sensação de segurança, que os faz pormenorizar os riscos. No entanto, a busca pela imunização contra a poliomielite deve ser uma prioridade, para que se garanta a segurança das crianças agora e no futuro.

A doença

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores.

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não tem cura. As principais são problemas e dores nas articulações; pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular; e hipersensibilidade ao toque.

Com informações do Ministério da Saúde

 

Foto:Marcelle Cristinne

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