Com medidas estratégicas, Prefeitura garante qualidade de ensino ofertado em Aracaju
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Publicado em 26/08/2022


A educação é um dos pilares sociais que garante qualidade de vida para a população e é o melhor caminho a oferecer quando se almeja o conhecimento necessário para capacitar os cidadãos e torná-los conscientes e aptos para os desafios da vida adulta. Mesmo sem abrir mão, em momento algum, desse direito público, a Prefeitura de Aracaju, durante os dois anos de pandemia da covid-19, enfrentou barreiras nunca vistas antes na promoção do ensino fundamental. Para lidar com a situação, foram adotadas medidas que reformularam os métodos de ensino, a fim de viabilizar meios para que os alunos fossem prejudicados o mínimo possível nos difíceis dias de isolamento social.

Passado o pior período da pandemia, após o início da campanha de imunização contra o vírus e vacinação da população, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed), buscou meios e elaborou estratégias que fossem capazes de mitigar a defasagem de aprendizado observada ao longo dos meses que foram mais acometidos pela doença, ações voltadas para os alunos do ensino fundamental e pensadas de forma que garantam a promoção do ensino de qualidade que já era ofertado pela Prefeitura desde antes da pandemia.

A metodologia utilizada pela Semed, para sanar tal problemática, partiu de três pontos estratégicos: diagnóstico, formação e disponibilização de materiais que contempla alunos e professores, a fim de garantir a efetividade da ação da Semed nos reparos daqueles problemas que foram provocados na educação pela pandemia, como explica o secretário municipal da Educação, Ricardo Abreu.

“Diagnosticamos os desafios, identificamos as crianças e sabemos quem são elas, em quais escolas estão matriculadas, com quais professores têm aula e se estão frequentando o ano letivo. Em seguida, buscamos dar aos professores uma formação continuada, dirigida para as necessidades dos nossos estudantes. Essa formação é pensada, programada e executada a partir daquilo que as avaliações diagnósticas revelam pra gente e está diretamente ligada a um material complementar, que a Prefeitura de Aracaju adquiriu através de uma parceria com a Fundação Bem Comum, materiais que foram batizados com o nome de Educaju, um programa complementar para auxiliar os professores na recomposição dessas aprendizagens”, pontua Ricardo.

Medidas em prática

Desde que as aulas retornaram integralmente no formato presencial este ano, a Semed pôde avaliar o desempenho dos alunos já nos primeiros quatro meses do período letivo, através da aplicação da prova diagnóstica, que será aplicada também ao final do ano letivo, a fim de verificar o desenvolvimento dos alunos com os aprendizados obtidos ao longo das aulas. Através dessas avaliações, a Semed pode realizar um mapeamento completo da evolução e aprendizagem de cada um dos estudantes, individualmente, que compõem a rede municipal de ensino.

Além das provas diagnósticas, os alunos do ensino fundamental passam, ainda, pelo processo de avaliação de leitura, realizado a cada 45 dias, que diz respeito a fluência leitora adquirida ao longo das aulas, sendo possível estipular as metas que devem ser alcançadas de forma individual, em cada aluno, no intuito de oferecer para todos eles um ensino de qualidade e de forma igualitária, garantindo, assim, que os estudantes avancem juntos para as séries seguintes. Por meio dessas avaliações individuais de leitura, esse aluno é inserido em uma escala utilizada para guiar as ações a serem aplicadas pela Semed nos meses seguintes.

Ainda neste mês de agosto, enquanto os alunos da rede municipal de ensino entraram no período de férias coletivas, a gestão municipal identificou que 2.124 deles, até o mês de julho, não conseguiam ler ou escrever fluentemente. Para lidar com essa situação, a Semed selecionou esses alunos para que pudessem participar das aulas de reforço que foram oferecidas gratuitamente e realizadas entre os dias 1º e 12 deste mês.

“Esse reforço está sendo realizado, exclusivamente, para o desenvolvimento e habilidades leitoras, que é tentar colocar esse estudante novamente no segundo semestre do ano letivo de 2022 com a menor possibilidade de lacunas de aprendizagem da alfabetização, para que ele possa acompanhar o restante da turma e se integrar ao grupo da sua série. Nós estamos acompanhando através de estudos quantitativos e qualitativos, a evolução da aprendizagem dos nossos estudantes e esperamos que no final do ano, entre os meses de novembro e dezembro, nós possamos estar comunicando a sociedade aracajuana a resposta daquela pergunta que nos foi feita no final do ano de 2021: como nós faríamos em 2022 para recompor as aprendizagens dos nossos alunos”, enfatizou.

Para além do ensino

Durante os meses que antecederam o retorno às aulas presenciais, foram realizados estudos, reuniões e análises a fim de verificar quais seriam as melhores estratégias de recomposição de aprendizagem dos estudantes do município. Mas, ao se tratar deste assunto, é preciso levar em consideração o espectro das aprendizagens prejudicada por conta dos dois anos do agravamento da pandemia da covid-19, que envolve uma série de habilidades e competências de cada aluno.

Ao longo desses trabalhos, foi observada, entre as problemáticas, além das dificuldades do aprendizado por parte dos alunos, as dificuldades de convivência com a volta às aulas no formato presencial. Foram registrados vários relatos de violência dentro das escolas, com alunos que brigavam entre si, ou até mesmo daqueles que passaram a ter uma relação mais ríspida com os professores ou com os próprios pais.

“Quando estamos falando em recomposição de aprendizagens, não estamos falando apenas dessa medida no currículo. Estamos falando da recomposição de aprendizagens, de habilidades, de competências que estão para além desse currículo explícito. Então, além do foco de forma mais intensa na recomposição de dois elementos no currículo que, para nós, são fundamentais, que são a língua portuguesa e a matemática, focamos também nesse processo de reinserção dos alunos no ambiente escolar e no comportamento deles neste processo”, finaliza Ricardo.

 

 

Foto:Marcelle Cristinne

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