Ver a Vida: cirurgias oftalmológicas devolvem boa visão aos aracajuanos
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Publicado em 23/05/2022

Sentada à espera do médico que fará a revisão da cirurgia, Tânia Maria Gomes coloca a mão sobre o olho esquerdo, escondendo o azul intenso da íris, e lê a frase escrita na plotagem da carreta transformada em centro cirúrgico: “Proteger a vida e cuidar da cidade”.

A dona de casa não esconde a surpresa. “Faço esse teste e não acredito porque fiz a cirurgia ontem e hoje já estou, por incrível que pareça, lendo essas palavras minúsculas, que estão bem distantes. Graças a Deus apareceu esse milagre”, enfatiza.

Tânia recebeu o diagnóstico de início de catarata, em 2019, mas, por ser diabética, a doença avançou rápido, comprometendo a visão. “Mesmo com os óculos de grau que eu uso, com o olho direito eu já não estava enxergando nada, só vultos”, descreve.

Desde que o médico indicou a cirurgia, foram oito meses na fila de espera.

“Foi uma surpresa quando me ligaram informando sobre o mutirão. Eu passei na unidade de saúde e peguei o papel com a autorização da cirurgia. Aí vim aqui. Foi tudo muito rápido e organizado. Além do atendimento de primeira, recebi tudo o que precisava para a recuperação, inclusive os óculos escuros para proteger os olhos nos primeiros dias depois da cirurgia”, informa Tânia.

Zerar a fila

O programa Ver a Vida foi lançado pelo prefeito Edvaldo Nogueira no dia 18 de março, com o objetivo de reduzir a fila de cirurgias oftalmológicas, que cresceu nos últimos dois anos, devido à pandemia. Com a capacidade de 170 atendimentos diários, a expectativa é zerar os casos cirúrgicos em até oito meses.

O Ver a Vida conta com consultórios itinerantes, que viajam pela cidade fazendo as consultas, cirurgias e os atendimentos de revisão.

O aposentado José Irenio de Jesus fez a operação de catarata depois de anos com a vista embaçada. Minutos antes de entrar na sala de cirurgia, afirmou: “vejo tudo turvo. De longe, não enxergo mais nada”.

Seu Irenio nem recorda quando sentiu os primeiros sintomas, mas lembra que, há cinco anos, o médico deu o diagnóstico e ele não se preocupou. Com o tempo, a visão foi piorando, até que Irenio foi encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) José Machado de Souza, no Santos Dumont, para fazer a cirurgia no mutirão do Ver a Vida.

Uma semana após a cirurgia, seu Irenio relata que já enxerga bem melhor. “A recuperação foi muito tranquila. Agora estou me preparando para operar o outro olho e, assim, recuperar minha visão”, anima-se.

Nascer de novo

A dona de casa Maria de Fátima Nascimento conta que a catarata comprometeu tanto a visão que ela não conseguia mais fazer atividades básicas, como lavar os pratos, varrer a casa, nem mesmo trocar o canal da televisão. “Eu não conseguia nem sair de casa. Não fazia nada, precisava de ajuda para tudo”, relata.

Após fazer a cirurgia do primeiro olho, a vida dela mudou e, sem esconder o sorriso, diz que já consegue sair de casa. “Agora eu tô enxergando tudo. Me sinto uma pessoa que nasceu de novo. Consigo fazer minhas coisas em casa, até sair para comprar um pão sozinha é uma alegria”, expressa.

Segundo Maria de Fátima, o processo da cirurgia foi todo muito rápido e a recuperação tranquila. “Já está agendado para operar o segundo olho, aí vai ficar ainda melhor”, comenta ansiosa.

Mudança real

O porteiro Lúcio Mário fez a cirurgia de pterígio, doença que se caracteriza pelo crescimento de tecido sobre o olho.

“Sentia como se tivesse areia no olho. Os olhos ficavam muito irritados, era bem incômodo”, conta Lúcio.  

Pelo que recorda, o problema iniciou há mais de 10 anos e foi se agravando com o tempo. “Era bem ralinha, mas depois foi crescendo, passando a incomodar, já estava chegando na pupila. Foi quando busquei pela cirurgia”, comenta.

Lúcio relata que foi ao posto de saúde, o médico fez o encaminhamento e com 15 dias foi chamado para fazer a cirurgia. “No meu caso, foi bem rápido, mas esse mutirão foi muito importante para quem estava esperando e não pôde operar antes por causa da pandemia. O procedimento foi rápido e tranquilo, senti um leve incômodo nos primeiros dias, mas, agora, já voltou tudo ao normal, sem o incômodo que sentia antes”, comemora.

Sem esconder a felicidade, Tânia enfatiza que a iniciativa da Prefeitura é fundamental para quem não tem condições de pagar. “Assim como eu, muitas outras pessoas estavam precisando fazer a cirurgia. O que eu espero é que mais pessoas tenham acesso a essa maravilha”, completa.

 

Foto: Sérgio Silva

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