O dia 31 de maio é uma data marcante para os municípios com tradição nos festejos juninos, marcando oficialmente a abertura das festas juninas em nosso estado. Esta celebração é uma parte fundamental da nossa cultura, repleta de alegria, diversão e um profundo respeito pelas tradições.
Infelizmente, o que vimos ontem em Muribeca ficou muito aquém do que deveria ser uma comemoração dessa data histórica. Em um único ano, conseguiram enterrar a zabumba, o triângulo e a sanfona, instrumentos emblemáticos conduzidos brilhantemente pelos tradicionais grupos de pé de serra locais. A festa que deveria celebrar nossas raízes culturais se tornou um triste reflexo do descaso com nossa herança.
A popular mamusca, bebida tradicional e artesanalmente produzida por moradores locais, era oferecida gratuitamente aos participantes do evento, uma demonstração de hospitalidade e comunidade. Os músicos locais, talentosos e dedicados, mostravam todo o seu potencial artístico em cima de um mini trio, animando a população e preparando todos para o cortejo da meia-noite pelas ruas da cidade.
Os bacamartes, ferramentas históricas que estrondavam alegria no cortejo, também foram esquecidos. O que deveria ser uma explosão de cultura e tradição se transformou em um cenário desolador. O que poucas pessoas testemunharam ontem nas ruas de nossa cidade foi um total desrespeito à cultura de Muribeca. O evento de ontem não pode ser chamado de Sarandaia, mas sim de um verdadeiro cortejo fúnebre da tradição.
O São Pedro de Muribeca, nosso maior evento cultural, merecia uma abertura digna de sua importância. Em vez disso, o que vimos foi uma lamentável demonstração de negligência com nossas tradições. É essencial que reflitamos sobre essa situação e trabalhemos juntos para garantir que no próximo ano nossas festas juninas retornem com todo o brilho, alegria e respeito que merecem. Nossa cultura não pode ser enterrada; ela deve ser celebrada e preservada para as futuras gerações.