Na manhã desta terça-feira, o vereador Breno Garibalde subiu à tribuna da Câmara de Aracaju para alertar novamente sobre os impactos causados pelas chuvas que acontecem na capital sergipana.
“Infelizmente no dia de hoje, estamos vivendo mais uma vez o grande drama que Aracaju passa toda vez que chove. As notícias não são boas e a tendência é piorar. O que está sendo feito para resolver todos esses problemas? Nada! A cidade continua sendo construída da mesma forma que todo mundo já sabe que está dando errado”, declara o parlamentar.
Breno pontua que o estado do Rio Grande do Sul está vivendo uma tragédia anunciada, já em 2015 foi feito um relatório constatando o que poderia acontecer.
“Mas o que fizeram? O relatório foi engavetado! É assim que a gente constrói as nossas cidades: sem pensar nas emergências climáticas que estão acontecendo no Brasil e no mundo. É necessário repensar o modelo de construção de cidade e isso é urgente! Vai precisar acontecer aqui o mesmo que está acontecendo no Sul do país, para que alguma providência seja tomada? Áreas das zonas Norte, Sul e Centro, completamente alagada e o que fazemos é cortar árvores e asfaltar tudo que é lugar. Isso não está certo!”, critica o vereador.
Ainda segundo Breno, um estudo recente realizado pela Plataforma Adapta Brasil, mostra que 35% dos domicílios aracajuanos estão em potencial risco de inundações. “Hoje já existem diversas soluções para mitigar esses efeitos, como jardins de chuva e praças alagáveis para poder reter a água da chuva e não causar tantos prejuízos. Tem jeito, mas precisa ter também urgência para resolver”, ressalta o parlamentar.
*Preservação do patrimônio histórico*
Outro problema abordado por Breno Garibalde em sua fala, foi sobre a falta de preservação do patrimônio histórico na capital sergipana.
“A gente não tem políticas públicas que atuem nesse sentido. O risco de desabamento do prédio da “A Fonseca” está gritante há anos e nada é feito. O prédio está na lista de bens de interesse do município no Plano Diretor do ano 2000. O imóvel é datado de 1910, são mais de cem anos de história e o que vai ser feito? Derrubar? É inadmissível! Toda a fachada histórica da Rua da Frente poderia ser preservada, mas nada é feito. Enquanto isso, a gente viaja para conhecer e valorizar o patrimônio histórico de outras cidades”, declara Breno.
O vereador finaliza sua fala ressaltando que, graças à mobilização popular e de órgãos relacionados ao setor, o prédio não sofreu uma demolição total.
“Aracaju tem vários prédios na mesma situação. Esse foi um caso que graças a mobilização, foi possível salvar o imóvel de uma demolição total. Mas, é muito triste constatar que não existe política pública para a preservação do nosso patrimônio na capital”, conclui Breno.
Texto: Nayana Araujo
Foto: Gilton Rosas