A Maternidade Municipal Lourdes Nogueira é reconhecida por colocar as gestantes como protagonistas de suas histórias no momento do parto. Erguida pela Prefeitura de Aracaju, no bairro 17 de Março, o primeiro complexo materno-infantil da capital marca um significativo avanço na Saúde municipal, e é o verdadeiro símbolo de qualidade, sobretudo, pela política de atendimento humanizado. Desde a sua inauguração, em abril do ano passado, já foram realizados mais 3.300 partos na unidade.
O acompanhamento humanizado assegurado às gestantes na Maternidade Lourdes Nogueira segue os preceitos do Plano Nacional de Humanização, do Sistema Único de Saúde (SUS), que considera três pilares principais: a evidência científica, a assistência multidisciplinar e a individualidade, ou seja, no que o paciente entende ser melhor também para o seu próprio tratamento. Segundo o diretor-técnico da maternidade, Mauro Bezerra, toda a assistência dada às pacientes é feita de maneira multidisciplinar.
“Primeiro pela equipe de enfermagem, depois pela equipe médica, e aí, adentrando a maternidade, tem as equipes de fisioterapia, de nutrição, assistência social, psicologia, que faz todo o atendimento durante o trabalho de parto e no pós-parto também, com o acolhimento e com a evidência. Então, cada área do conhecimento tem um serviço que é prestado para essa paciente. Até mesmo a alta da paciente, também, geralmente é realizada em comum acordo com todas as áreas assistenciais. É um conjunto de profissionais que vão dar essa assistência e que caracterizam a humanização do atendimento ao paciente”, afirmou.
A segurança e o respeito à gestante são princípios básicos do atendimento na Lourdes Nogueira. É por este motivo que o nível de satisfação com os serviços prestados pela unidade chega a 98%. Desde o momento em que a gestante chega à maternidade e é internada, as equipes compartilham todas as condutas, as escolhas e as decisões que serão tomadas em relação ao parto, em conjunto com a gestante.
Essa transparência e cuidado também se estendem para o acompanhante da paciente e sua família, incluídos como parte fundamental nesse momento tão especial. A coordenadora de enfermagem da maternidade, Emmanuelle Moura, destaca que quando a grávida chega para o trabalho de parto é admitida no Centro de Parto Normal e sua família tem o atendimento individualizado.
“Ela fica com o seu acompanhante de livre escolha e aí é conversado sobre o que temos de recursos para ser utilizado. Se ela já tem um plano de parto, a gente acolhe esse plano, vê o que ela deseja, chama o acompanhante para ser parte. A protagonista é a paciente, mas o acompanhante é um ator muito importante para o trabalho de parto e aí a equipe faz esse acolhimento”, disse.
As pacientes e seus acompanhantes, bem como as doulas, quando é o caso, também recebem alimentação nutritiva e de qualidade, durante todo o tempo em que a gestante está internada, até o momento da alta médica. Quebrando o mito de que “comida de hospital é ruim”, a alimentação oferecida é bastante elogiada por todos.
Parto humanizado
O parto é um dos momentos mais importantes para uma mulher, e poder ser atendida sob as políticas de um tratamento humanizado é de fundamental importância. A Maternidade Lourdes Nogueira incentiva ao máximo o parto normal, mas mesmo nas cesarianas, o procedimento é feito com todo o cuidado e atenção que a gestante merece.
“O parto humanizado é aquele que tem a melhor indicação para a paciente. A maioria evolui para o parto normal, que é um parto fisiológico, que toda mulher está preparada. Mas algumas pacientes têm indicação para o parto cesariana. Então, nesses casos, essa decisão clínica da paciente é respeitada. Outro aspecto também é a questão da posição. Antigamente, as pacientes pariam naquela posição ginecológica. Hoje em dia, ela pode parir da forma em que se sinta mais confortável, e as posições mais verticalizadas ajudam mais no trabalho de parto”, explicou Emmanuelle Moura, reforçando que na maternidade também são utilizados métodos não farmacológicos para alívio da dor, como o banho de imersão, bola suíça, massagem, óleo, entre outros.
Nathália Janine Farias de Freitas, de 21 anos, deu à luz na maternidade municipal de Aracaju. No dia 4 de julho de 2023, ela trouxe ao mundo a sua filha Lorena, momento que a encheu de alegria. Ela, que também tem um filho de quatro anos, compara os dois partos e reconhece os diferenciais da Lourdes Nogueira. “Foi muito bom ter o meu bebê comigo desde a hora que nasceu até a saída. Poder acompanhar ele em todos os exames, que foram feitos no meu colo. Com certeza minha filha é uma bebê mais segura. O cuidado que tiveram comigo no pós-parto também fez uma diferença enorme. As enfermeiras me explicaram tudo o que estavam fazendo com o bebê, e isso me deixou mais segura”, disse Nathália, que mora no bairro Farolândia, e mesmo tendo plano de saúde, optou por dar à luz na Lourdes Nogueira.
Doulas
A Maternidade Lourdes Nogueira também é porta-aberta para as doulas, profissionais que têm como responsabilidade o acompanhamento da gestante durante todo o período de gravidez, parto e pós-parto, além de apoiar, encorajar, oferecer conforto e suporte emocional nesses momentos. As equipes da unidade materno-infantil reconhecem a importância das doulas e as recebem também de forma humanizada. De acordo com a presidente da Associação das Doulas de Sergipe (Asdoulas), Neuraci Gonçalves de Araújo, esse atendimento humanizado é essencial e deveria acontecer em todas as maternidades, sejam elas públicas ou particulares.
“O parto é um momento que marca a vida de uma pessoa. E se vai marcar, que a gente marque com o que tem de positivo, com o que tem de saudável, que proporcione tanto para a mulher quanto para a criança, essa segurança, esse sentimento de proteção e de respeito. Quando a gente pensa em assistência humanizada, nós estamos falando de uma assistência que respeite o que é o desejo daquela mulher, que respeite a necessidade que ela tem de ser acolhida, de ser orientada, de ter informações coerentes e atendimentos baseados na boa prática. E na Maternidade Lourdes Nogueira tudo isso tem sido feito. Em sua grande maioria, as doulas têm observado a assistência adequada, baseada no respeito”, declarou.
Tayná do Valle foi a primeira doula a atuar na Maternidade Lourdes Nogueira, no dia 22 de abril do ano passado, quando nasceu o bebezinho João Gabriel. “Não sabíamos como seríamos recebidas, se a equipe da maternidade sabia quem nós éramos, e qual a importância do nosso trabalho. E fomos muito bem recebidas e acolhidas como doulas. A assistência foi impecável. A maternidade respeitou o plano de parto da paciente, o parto foi conduzido de maneira respeitosa e humanizada, e o bebê nasceu de maneira tranquila, com todos os profissionais rodeando. O parto humanizado é o diferencial para a gestante alcançar o sonho dela do parto normal, independente das condições financeiras. As mulheres têm direito de parir de maneira respeitosa e isso a gente tem encontrado na Lourdes Nogueira, principalmente com o trabalho da doula como uma profissional que está ali para somar com a equipe”, afirmou.
Ana Angélica Alves Costa foi a doula que auxiliou a mãe a dar à luz ao primeiro bebê deste ano, em 1º de janeiro. “Foi uma felicidade e um alívio para a gente, ter essa maternidade. O suporte que ela deu e que ela dá aqui é muito grande. A maternidade também tem a visita guiada, e é muito importante para as gestantes, é uma segurança muito grande, pois elas podem vir com os seus acompanhantes para conhecer o local, saber como é que vai ser o atendimento, onde elas vão ter o suporte do pré-parto, parto e pós-parto”, disse.