A secretária municipal da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, participou, na manhã desta sexta-feira, 24, do IV Seminário de Arboviroses do Nordeste, evento realizado em Fortaleza, no Ceará. Convidada para ser palestrante, a gestora representou a Prefeitura, junto a representantes das demais oito capitais da região, e apresentou o panorama de Aracaju e estratégias utilizadas para fazer a capital sergipana chegar ao menor índice de infestação pelo Aedes dos últimos 20 anos.
Realizado entre os dias 22 e 24 deste mês, o evento é uma oportunidade de troca de experiências e, sobretudo, fomento a ideias inovadoras que venham a contribuir para a vigilância epidemiológica e pesquisa científica, visando beneficiar o território nacional.
“Temos a oportunidade de escutar outras capitais sobre como elas fazem o controle das arboviroses, quais as ações que realizam, e isso traz uma gama de experiências, amplia os nossos horizontes, para que possamos identificar formas de agregar ao nosso processo de trabalho, sempre com o foco na redução dos números, no controle do Aedes e, claro, na diminuição do adoecimento da nossa população”, ressalta a secretária.
Para compor essa troca de experiências, Waneska Barboza palestrou sobre o tema “Avaliações Epidemiológicas, Intervenções, Resultados e Propostas para o Controle das Arboviroses nas Capitais do Nordeste”. Durante a apresentação, a secretária pontuou dados e gráficos da série histórica entre os anos de 2007 e 2023, passando pela epidemia de dengue, em 2008, que registrou 18 óbitos, culminando na queda dos casos, no ano atual.
“Ao longo dos últimos anos, principalmente a partir de 2017, intensificamos as ações de controle. Hoje, realizamos cerca de dez ações diferentes, entre visitas domiciliares, aplicação do fumacê costal, mutirões de limpeza aos sábados, além de realizamos seis LIRAa, quando o Ministério da Saúde preconiza quatro, por exemplo. Temos, ainda, muita preocupação com o monitoramento, por isso, possuímos um painel de acompanhamento das ações, um sistema de monitoramento e, também, contamos com parceiros na Prefeitura, com o cata-treco e coleta de pneus, por parte da Emsurb [Empresa Municipal de Serviços Urbanos], e atividades realizadas pela Sema [Secretaria Municipal do Meio Ambiente]. Tudo isso tem contribuído para os dados positivos que temos apresentado, sobretudo no último LIRAa de 2023, o menor índice de infestação dos últimos 20 anos. Isso é motivo de comemoração, mas não quer dizer que podemos relaxar, pelo contrário, é trabalhar ainda mais para continuar baixando esses números”, destaca Waneska.
Resolutividade
Diante de representantes de outras capitais, a secretária da Saúde de Aracaju discorreu sobre os desafios enfrentados, mas, também, sobre os frutos do empenho da equipe SMS para a redução dos números.
“O longo e focado trabalho diários das nossas equipes no combate ao Aedes fez com que Aracaju chegasse ao índice 0,8, considerado como baixo risco para surtos e epidemias de doenças relacionadas ao mosquito. Em comparação ao ano passado, por exemplo, houve uma queda expressiva de 67,2% dos casos de dengue, 68,4% nos de chikungunya e de 7,5% nos de zika”, enfatiza Waneska.
Acompanhando a secretária na apresentação do seminário, a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Taise Cavalcante, frisou a importância de Aracaju fazer parte do evento trazendo dados tão positivos.
“Trouxemos nossas experiências exitosas, mas sempre na perspectiva de poder melhorar, cada vez mais, as nossas ações. Por isso é tão importante participarmos de um evento que envolve todas as capitais do Nordeste, assim podemos acrescentar mais metodologias de trabalho e otimizar ainda mais os resultados de Aracaju, principalmente, quando tivemos o registro, em estados do Sudeste, da circulação do vírus DENV 3, a dengue tipo 3, ou seja, precisamos manter o alerta para que não haja uma epidemia em 2024”, completa Taise.
Ainda durante a participação no seminário, a secretária destacou as dificuldades de fazer saúde sem recursos e frisou a necessidade de um pacto do Nordeste para solicitar maior auxílio e repasses por parte do Ministério da Saúde.