A oficina tem duração de 10 horas, sendo dividida em quatro dias, e o objetivo de desenvolver a autonomia das assistidas
A Prefeitura de Aracaju, através do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Benjamim Alves, equipamento no âmbito da Proteção Social Básica (PSB), gerenciado pela Secretaria Municipal da Assistência Social, no bairro Coroa do Meio, realizou na tarde desta quarta-feira, 22, em parceria com o Instituto João Carlos Paes Mendonça (IJCPM), uma oficina de habilidades digitais com o grupo de idosos e idosas que fazem parte do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).
A coordenadora do Cras Benjamin Alves, Iulná Maria de Almeida, destaca que a oficina foi uma solicitação dos idosos e idosas do grupo “Ondas do Mar”, que sentiam a necessidade de entender melhor como acessar as redes sociais e funcionalidades do celular.
“As idosas solicitaram essa oficina de habilidades digitais, porque elas têm dificuldade em mexer no celular, entrar na internet, a questão do whatsapp, facebook, youtube, pediam sempre aos filhos para ensinar e estes nunca tinham paciência. Essa demanda foi do grupo de idosos do Cras e nós fizemos essa parceria com o IJCPM. Com essa oficina eles vão poder navegar na internet, se aperfeiçoar no youtube, pesquisar, é importante pra tudo, pra ocupar a mente, o instrutor vai baixar alguns joguinhos pra distrair a mente delas, a oficina está fluindo bastante”, disse Iulná.
A oficina tem duração de 10 horas, sendo dividida em quatro dias, e o objetivo de desenvolver a autonomia das assistidas pelo Cras, bem como ofertar ferramentas de desenvolvimento intelectual e que ajudem na saúde mental. De acordo com o instrutor do IJCPM, José Bento de Santana Neto, o instituto tem como papel ofertar apoio às comunidades que estão no entorno dos Shoppings e o bairro Coroa do Meio é uma delas.
“A gente vive em um mundo que é muito digital, o comércio gastronômico está no digital, farmácia está no digital, todo mundo atuando no digital, então essa oficina traz um pouco mais de autonomia pra elas, pra que dependam um pouco menos das pessoas que estão com ela, dos filhos e outros, e que consigam buscar sozinhas, cada vez mais, o que elas estão precisando. Claro que é ótimo que elas tenham o apoio, mas quanto mais autonomia pra essas coisas elas tiverem, melhor. É comum que as pessoas acessem a internet da forma errada, acessam pra ficar olhando conteúdo aleatório, mas não pra estudar, pra pesquisar ou se informar, a ideia do curso é que elas tenham o celular não só como uma ferramenta para passar o tempo, mas para fazer pesquisas e encontrar coisas que são importantes para elas no dia a dia”, explica o instrutor.
A aposentada Maria José da Cruz, 81, faz parte do grupo de idosos do SCFV e foi uma das que mais pediram a oficina de habilidades digitais. Ela fala do anseio que sentia por aprender a navegar no celular e ter sua independência ao precisar de algo que necessite o apoio da internet.
“Antes eu não sabia de nada, tenho filho, tenho neto e ninguém ensina. É mais fácil o vizinho vim dizer ‘oh, dona Maria, é por aqui’, do que os de casa. E uma vez só ninguém aprende, nenhuma de nós aprende, principalmente a minha ‘cachola’ [cabeça] que já está meio fraquinha. Todos nós da terceira idade precisamos desse acesso, então eu pedi essa oficina mesmo, porque a gente tem que aprender pra saber navegar. Agora, quando eu aprender, ninguém me segura”, disse arrancando risos de toda a turma.
Fotos: Mateus Souza / Assistência Social