Primeira edição do Fórum Diálogos Urbanos debate acessibilidade e obras públicas
30/08/2023 07:38 em Últimas Notícias

 

Com o intuito de refletir e debater sobre a importância de assegurar nos projetos públicos acessibilidade, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seminfra) e Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), realizou na noite desta terça-feira, 29, a primeira edição do Fórum Diálogos Urbanos, com a presença de especialistas, gestores e sociedade civil.

O evento ocorreu no auditório da Emurb, no bairro Ponto Novo, com participação do público inscrito previamente, 120 pessoas, além de transmissão no canal do YouTube da PMA, promovendo reflexões acerca dos projetos públicos, abrangendo calçadas, parques e edifícios, e como eles podem contribuir para o desenvolvimento de cidades mais acessíveis.

O formato foi estruturado de maneira a fomentar o debate e a busca de soluções, em uma partilha de conhecimento e experiência entre a administração municipal e as diferentes parcelas da sociedade aracajuana.

"Essa ideia de realizar o Diálogos Urbanos diz respeito a aproximar o poder público, a Prefeitura, que faz o projeto, com a academia e com o cidadão. Nós queremos abordar vários assuntos, fazer debates a cada dois meses, ouvir, trocar experiências. Esse primeiro debate diz respeito a um tema muito pujante, que mexe com a sociedade. Todo prédio que a Prefeitura faz conta com plantas acessíveis, assim como praças e avenidas que construímos, mas ainda há um passivo de acessibilidade grande e como melhorar é o que buscamos discutir. É enriquecedor e o sucesso aqui nos encoraja a continuar promovendo debates deste tipo", explica o presidente da Emurb, Sérgio Ferrari.

A primeira palestra da noite foi feita pela engenheira civil e arquiteta, conselheira titular do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Alana Lúcia Vieira Mello, com o tema "Acessibilidade em Obras Públicas".

"É um assunto bastante importante, porque é difícil de implantar a acessibilidade em uma cidade já consolidada. Quando fazemos isso em uma área que ainda está sendo edificada é muito mais fácil, porque você atende as normas técnicas na íntegra. Na cidade consolidada há outros parâmetros, calçadas desniveladas, estreitas, um desafio muito grande na hora de projetar e também de executar. Então, esse diálogo é salutar, porque traz a comunidade para dizer o que ela está sentindo e serve de oficina para a gente que projeta e executa. É uma iniciativa muito importante", conta.

Em seguida, a interlocutora do público foi a professora adjunta do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (UNIT), Dora Neuza Leal Diniz, que abordou “O papel da universidade na formação profissional quanto à acessibilidade".

"É muito importante este momento, porque justamente na área acadêmica nós estudamos a norma, passamos para os alunos no conteúdo das disciplinas como é importante a questão da acessibilidade, como ela é imprescindível e está na Lei Federal, justamente para prepará-los. E aqui eles veem como a partir da extensão a universidade pode aplicar isso, ir para a prática, o que é fundamental para essa nova geração de arquitetos e urbanistas", ressalta.

A terceira palestra discutiu o "Turismo e acessibilidade nos atrativos e equipamentos de Aracaju", com exposição da turismóloga Cristina Santos da Silva.

"Eu desenvolvo um projeto de turismo acessível na cidade de Aracaju, discutindo a questão da conscientização, sensibilização e como transformar os espaços para atender bem esses clientes, que trazem recursos para a cidade. Falar disso no Diálogos Urbanos é fazer com que os gestores também tenham esse novo olhar de inclusão", afirma.

Por fim, a arquiteta e urbanista, servidora da Emurb, Valéria Do Barmont Duarte, contribuiu com a discussão sobre "Acessibilidade aplicada à adequação de calçadas".

"Poder ouvir a opinião das pessoas nos ajuda a traçar um planejamento na hora de desenvolver os processos na Emurb, atualizamos a cartilha que comentamos aqui, para que as pessoas consigam ter um objeto palpável para construir essas calçadas. Acho que juntos podemos construir uma cidade mais acessível", acredita.

Para o arquiteto Elber Silva de Andrade participar do evento é a chance de atualizar os conhecimentos e, a partir do processo de escuta dos aracajuanos, aperfeiçoar os projetos.

"É entender essa questão de locomoção, quais as dificuldades diárias das pessoas. Como trabalhamos em construtoras, com empreendimentos, entender as normas e vivências é muito importante", diz.
 
 
 
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