Se o conhecimento é a base de tudo, ter acesso à capacitação é o caminho que facilita a conquista de um emprego ou a criação de um negócio próprio, que garanta a dignidade, a qualidade de vida e o sustento da família. Pensando nisso, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio do Projeto de Trabalho Social (PTS) realizado junto às famílias do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres, em parceria com o Instituto Beneficente Emanuel (Ibem), está realizou um curso de informática com a comunidade da região.
O curso contou com duas turmas de 20 alunos cada e, em sua segunda fase, trabalhou a informática de nível avançado, na qual os alunos aprenderam sobre o uso de programas utilizados recorrentemente no mercado de trabalho, como os de edição de texto e de planilhas eletrônicas. Ao final da capacitação, os alunos foram certificados e passaram a dispor de melhores condições de acesso ao mercado de trabalho. Essa foi mais uma das atividades do cronograma do Projeto de Trabalho Social (PTS), que foi elaborado pela Prefeitura de Aracaju e está sendo realizado pela Oliveira Consultoria, com financiamento pela Caixa Econômica Federal, via Pró-Moradia.
“Esse curso de informática foi voltado, principalmente, para o pessoal do Mangabeiras, mas abrange, também, a população da macro área, aquelas pessoas que vivem no bairro 17 de Março e nas adjacências, para que todos possam ser contemplados, desde que surjam as vagas, e possam ser beneficiadas com esse curso de capacitação que auxilia na entrada ao mercado de trabalho. Os alunos ficam bastante animados com a continuidade desse curso que, sem dúvidas, já abriu para eles novas perspectivas e agora, com o nível de informática avançado, eles poderão ir ainda mais longe. Hoje em dia, sabemos da importância de um curso de informática para adentrar o mercado de trabalho, nas mais diversas áreas”, explica a assistente social da Oliveira Consultoria, Paula Araújo.
De acordo com a coordenadora do Ibem, Adriana dos Santos, o instituto cedeu o espaço, localizado no bairro Santa Maria, e os equipamentos de informática para a realização do curso. “Estamos à disposição para todo mundo e esse curso foi ótimo. Isso traz resultados positivos, pois os alunos aprendem e, assim, têm mais chances no mercado de trabalho, ajudando no desenvolvimento das Mangabeiras e de toda a comunidade local. Além disso, nossa casa fica mais conhecida por essas pessoas que vivem aqui, todo mundo sai ganhando”, afirma.
Na sala de aula, o professor de informática Allan Kardec destaca como os alunos revelam suas potencialidades, até então desconhecidas, e, graças a essa oportunidade, passaram a adquirir conhecimento, podendo desenvolver novas atividades e atingir novos nichos do mercado de trabalho. Allan ressalta, ainda, que, entre os alunos, há alguns que nunca tinham utilizado um computador.
“Foi fantástico realizar esse curso, pois levar conhecimento sempre é bom e fazer isso agregado à empregabilidade é ainda melhor. Os jovens desta comunidade tendem a ter uma necessidade trabalhista e a gente precisa qualificar essas pessoas para o mercado de trabalho, é preciso unir essa vontade à disponibilidade. Tem sido também uma experiência desafiadora, porque aqui eu estou com alunos que nunca mexeram em um computador, nunca tiveram, sequer, tocado na máquina e, hoje, eles já sabem fazer diversos tipos de atividades, utilizando aplicativos, realizando tarefas.É gratificante ver que eles tinham um potencial desconhecido, que tem se revelado dentro da sala de aula com a forma de trabalhar e saber manusear essa ferramenta”, conta Allan.
Garantia de futuro
Uma das alunas do curso foi Valéria de Jesus Santos, de 35 anos, que nunca havia utilizado um computador. A partir do Projeto de Trabalho Social realizado com a comunidade das Mangabeiras, ela ficou sabendo do curso, inscreveu-se, participou do curso básico e, agora, segue no nível avançado, superando os desafios e aprendendo mais, aula a aula.
“Me interessei pelo curso porque nunca participei, nunca fiz nada relacionado à informática e nunca tive oportunidade e essa foi uma oportunidade muito boa pra mim. Antes, nunca tinha conhecido um computador, nunca tinha pegado em um. Tenho gostado muito, achei o curso muito bom porque, assim, tive uma experiência que eu nunca tive. Vi coisas que eu nunca vi na minha vida, tanto com o curso básico como no avançado. Quero aprender mais e mais porque isso vai agregar muito para mim, lá na frente, vai ser o meu futuro e minha oportunidade de, quem sabe, arrumar um bom emprego. Como já vou saber mexer no computador, vou tirar de fichinha”, considera Valéria.
Seldo Santos Júnior, de 20 anos, é morador do Santa Maria e também participou do curso. O jovem destaca como a ação da Prefeitura proporciona melhores garantias para o seu futuro e como a didática utilizada pelo professor facilitou o aprendizado e tornou as aulas atrativas ajudando, inclusive, a ele e a seus colegas a superarem desafios da informática.
“As minhas expectativas com o curso eram altas e estou muito contente com o que aprendi. O professor é muito bom, ele conseguiu colocar em prática os assuntos e ensinou como usar a informática no dia a dia, que é aquilo que eu esperava, principalmente no curso avançado. Tem um pessoal que tem um pouco mais de dificuldade, mas mesmo assim ele estava sempre no pé, observando, ajudando e isso é sensacional”, diz Seldo.
Já Ângela dos Santos, de 40 anos, destaca, com orgulho, que nunca é tarde para aprender. Empreendedora, ela lamentou ter tido que fechar seu próprio negócio e reconhece que parte do motivo que a levou a essa decisão foi o desconhecimento da área de informática, que a teria auxiliado na organização do seu empreendimento. Mesmo com o revés, ela nunca desistiu e, agora, com o curso, pretende voltar a trabalhar por conta própria, certa de que o conhecimento pode lhe proporcionar isso.
“Eu tinha uma empresa e eu precisava muito botar as coisas em ordem e, por isso, procurei fazer esse curso, para ter uma base de conhecimento melhor sobre a informática. Minha empresa fechou e eu sei que foi através da necessidade de organização que estava precisando e não tinha. Não sabia nem ligar o computador porque eu só me dedicava à produção, mas não essa parte de administração, então fui e me inscrevi, consegui essa vaga e agradeço a Deus por essa oportunidade. Já aprendi uma base que deu para abrir minha mente, pois eu pensava ‘já tenho quarenta anos, não vou aprender mais nada’, mas me empolguei com as aulas e estou dando continuidade agora com o curso avançado e não vou desistir. Nunca é tarde para atender e com isso vou voltar a ter meu negócio”, enfatiza Ângela.
Foto: Marcelle Cristinne