Senadora alerta para necessidade de maior presença feminina na política
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Publicado em 16/08/2022

Para parlamentar, eleições de 2022 apresentam avanços, mas cenário está longe do ideal

 

Das 223 candidaturas registradas para concorrer aos governos estaduais, apenas 38 delas são encabeçadas por mulheres (17%), e 88 (39%) estão na condição de candidatas a vice – segundo dados desta terça-feira (16) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os números revelam uma realidade preocupante. É o que pensa a senadora Maria do Carmo Alves (PP-SE), que afirmou ser imprescindível a igualdade de gênero em cargos políticos eletivos, a fim de que se tenha efetiva representatividade feminina em espaços de poder e de decisão.

 

“Percebemos que, nas eleições gerais deste ano, há uma ligeira alta no número de mulheres concorrendo aos governos dos Estados, saindo de 13% para 17%. Porém, as estatísticas nos revelam que, infelizmente, a desigualdade de gênero perdura na política, em especial se tratando de cargos majoritários, embora sejamos mais da metade do eleitorado brasileiro – 52%. É necessário intensificarmos a conscientização e aplicarmos, de fato, as políticas de apoio à presença feminina na política, fiscalizando-as”, destacou, apontando como positivo, entretanto, o fato de haver mulheres em 52% das chapas a cargos majoritários (Governo).

 

Única mulher no Brasil a ocupar mandatos de senadora da República, por três legislaturas consecutivas, Maria do Carmo chamou a atenção para o cenário em Sergipe. Das nove candidaturas ao Executivo, só uma delas tem uma mulher como candidata a governadora: Niully Campos (PSOL). Para vice-governadora, são quatro: Giovanna Rocha (DC), Leidi Lima (PSTU), Emília Correia (Patriota) e Luze Augusta (UP), o equivalente a 44%. 

 

Ela também destacou que entre os nove candidatos ao Senado Federal pelo Estado, só há uma mulher: Daniele Garcia (Podemos). “Esses números se tornam ainda mais dramáticos quando consideramos os cargos aos Legislativos de Sergipe e do Brasil. No Estado, são 102 homens concorrendo à Câmara Federal (63%), contra 59 mulheres (36%). À assembleia estadual, são 205 homens (64%) e 111 mulheres (35%)”, disse a senadora. 

 

MAIS DESIGUALDADE 

 

A consequência de um percentual menor de candidatas em relação a homens, é uma maior probabilidade de haver menos mulheres em cargos eletivos, podendo dificultar o avanço e a discussão de pautas femininas importantes, conforme lembrou a parlamentar. Ela citou o próprio Senado Federal como exemplo: dos 81 senadores da República, apenas 14 são mulheres, representando apenas 17% do total. Já na Câmara dos Deputados, dos 513 assentos, 77 são ocupados por mulheres, isto representa 15% do número total. 

 

A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) tem 24 deputados, mas só seis são mulheres: Maria Mendonça, Goretti Reis, Janier Mota, Maisa Mitidieri, Gracinha Garcez e Kitty Lima, ou seja, um quarto. Este ano, Goretti e Janier não concorrerão à  reeleição. “É um número baixo, que não reflete a importância da mulher na sociedade. No Estado, as mulheres também compõem a maior parte do eleitorado: somos 53% do total. Mais mulheres na política significa respeito a uma parcela essencial da população em todos os âmbitos e campos de atuação da vida social”, enfatizou a senadora Maria do Carmo Alves.

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