Parlamentar ressalta, ainda, que renda caiu, levando mais pessoas à linha da pobreza e à insegurança alimentar
A Grande Aracaju, composta pelos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, foi a região metropolitana brasileira com o maior nível de desigualdade em 2021. É o que diz levantamento realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em parceria com o Observatório das Metrópoles e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina. Para a senadora por Sergipe, Maria do Carmo Alves (PP), “o dado é lamentável e muito preocupante. Deve servir de alerta, a fim de que se tenha urgência no desenho de políticas públicas que mitiguem esse cenário trágico, através do trabalho conjunto entre gestores e representantes do povo nas Casas Legislativas”.
Para medir a desigualdade das regiões metropolitanas do País, o estudo considerou o índice de Gini, que considera o grau de distribuição de rendimento na população, indo de zero (situação de completa igualdade) a um (situação de total desigualdade). A parlamentar destacou que, em 2014, a Região Metropolitana de Aracaju possuía taxa de 0,550. Já em 2021, o número subiu para 0,605. “Esse foi o maior valor visto no Brasil no ano passado, e supera até mesmo a média nacional, que é de 0,565. Na prática, o que todos esses números querem dizer é que a desigualdade subiu violentamente. A consequência disso é evidente: crescimento da pobreza, chegando à situação extrema e problemas de toda ordem", enfatizou a senadora.
O estudo demonstra que houve queda considerável na renda: se em 2014 o rendimento médio na Região Metropolitana de Aracaju era de R$ 1.568, em 2021 o valor desceu para R$ 1.308. A diminuição acompanha a tendência nacional, e, para Maria, reflete os impactos econômicos da pandemia de Covid-19 no bolso dos brasileiros. “É aterrorizante observar que, entre 2014 e 2021, a taxa de pobreza subiu de 24,6% para 38% na Grande Aracaju. A extrema pobreza mais que dobrou nesse período: de 3,7% para 8,7%. A crise sanitária potencializou esses números, arrastando milhares de moradores da região metropolitana para a insegurança alimentar, cujo nível mais grave, a fome, é profundamente humilhante”.
FOME
A senadora lembrou de dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, que registrou crescimento de 63% nos índices de fome desde 2004. De acordo com a pesquisa, mais de 33 milhões de brasileiros não têm o que comer. “A insegurança alimentar é consequência direta da desigualdade social. Não se trata de um problema simples, mas exige atuação imediata e efetiva. Lembremos: alimentação é um direito constitucional de todos os brasileiros e brasileiras. Cumpri-lo não se trata de bondade, mas de dever. Nosso trabalho no Senado Federal é fazer valer as garantias e direitos para que os cidadãos vivam com dignidade”, enfatizou Maria do Carmo Alves.