A possibilidade de manter um maior cuidado com as cordas vocais, reduzindo o seu desgaste, e de chamar maior atenção dos alunos durante as aulas, essas têm sido as maiores vantagens descritas pelos professores da rede municipal de ensino, desde que a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), disponibilizou aos profissionais do magistério aparelhos para amplificar a voz.
O uso dos amplificadores teve início neste ano letivo, e está disponível a todos os 1.359 professores de todas as 74 escolas da rede municipal, em um investimento de cerca R$1,7 milhões, na aquisição de 1.900 kits dos aparelhos.
Por conta da necessidade do uso constante da voz, e considerando a prolongada jornada dos professores, o uso dos amplificadores permite um maior cuidado com a saúde das cordas vocais, aumentando a qualidade de vida dos profissionais. Mesmo no período de férias, os profissionais seguem tendo os aparelhos à disposição para as aulas de reforço.
“O professor faz uso profissional da voz, diante disso, ele precisa ter cuidado para que não venha a sofrer algum dano porque não é incomum encontrar professores que, ao longo do tempo trabalho, desenvolvam alterações nas cordas vocais. Eles começam sentindo cansaço, ardor, pigarro e podem ter a respiração comprometida. Então, o microfone ajuda a minimizar o esforço e é um grande aliado por permitir o uso do tom normal de voz”, explica a fonoaudióloga Fabíola Andrade.
Disponível desde março, os aparelhos têm sido benéficos, tanto para os professores quanto para os alunos, como aponta a coordenadora pedagógica da Emef Laonte Gama, Karla Ferreira.
“O extensor de voz contribui para a qualidade da aula do professor porque, além de dar descanso vocal, faz com que as crianças se interessem mais e prestem atenção. É um atrativo”, complementa Karla.
Segundo a professora da rede municipal, Rivanilde dos Santos, os processos de leitura têm sido beneficiados, e a aquisição do aparelho veio em boa hora, por conta da necessidade do uso de máscaras, em decorrência da pandemia, que abafam a voz.
“As turmas são extensas e nós estamos usando máscaras. Antes, precisávamos, praticamente, gritar, mas, agora, conseguimos uma entonação maravilhosa e eles entendem muito bem”, diz.
Apesar dos poucos meses de uso, a professora Karla Novaes já consegue notar uma melhora na sua saúde no cotidiano.
“Ajuda muito porque poupa nossa voz e os alunos compreendem melhor o que a gente diz. As crianças também ficam mais calmas, pois conseguem ouvir melhor. No dia a dia, reduziu a minha rouquidão e as dores na garganta”, aponta a professora.
Foto: Igor Freitas