Aracaju mantém a classificação de médio risco de infestação do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, indica o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) realizado pela Prefeitura de Aracaju este mês, o terceiro deste ano. Os dados, divulgados nesta quarta-feira, 20, pela Secretaria Municipal da Saúde, mostram que, no comparativo com o levantamento anterior, realizado em maio, a cidade manteve o índice de 2,3% e reduziu de 7 para 3 o número de bairros classificados como alto risco.
De acordo com a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, o LIRAa descreve o índice de infestação predial e mapeia os principais criadouros do mosquito nos bairros da capital sergipana. O Levantamento de Índice de Infestação pode ser classificado em três níveis: baixo (até 0,9%), médio (de 1,0% a 3,9%) e alto (acima de 4,0%).
“A capital permanece na classificação considerada de médio risco para o aparecimento de surtos ou epidemias, e confirmou este ano 584 casos de dengue, 253 de chikungunya e sete de zika, sendo o total de 844 casos de arboviroses e 1 óbito, até o momento. Apesar de termos feito inúmeras intervenções, inclusive baixando o número de bairros do LIRAa de maio, que eram sete de alto risco e passaram a ser três, neste mês. Mas, continuamos com um número grande de bairros de médio risco, fazendo com que o índice geral continue o mesmo do mês de maio”, explica Waneska Barboza.
Ainda segundo a secretária, a maior parte dos focos continua sendo encontrada em depósitos de água ao nível do solo, a exemplo de lavanderias e tonéis. “Depósitos domiciliares como vasos e pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários em desuso, continuam como segundo maior problema com o índice de 41,8% observando-se um aumento de 3,4% frente ao índice apresentado em maio que foi de 40,45. Em relação ao lixo e entulho como criadouro, comparado com o último levantamento, verifica-se um aumento de 25%, todos os focos foram encontrados dentro das residências e comércios. Neste LIRAa não foi encontrado foco de mosquito Aedes aegypti em terrenos baldios”, enfatiza a gestora.
Dados por bairros
Segundo o gerente do Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti, Jeferson Santana, dos 43 bairros de Aracaju, 10 estão classificados em baixo risco (satisfatório), 30 estão em médio risco (alerta), e 3 estão classificados como alto risco de surto ou epidemia, que são: Palestina, Porto Dantas, Santos Dumont.
“Quando avaliamos bairro a bairro, observa-se que 44,2% dos bairros de Aracaju, em julho de 2022, tiveram aumento no valor do índice de infestação predial; comparando com o LIRAa de março de 2022, 2,3% mantiveram o mesmo índice, e 53,5% apresentaram redução em seus respectivos índices. É preciso que a sociedade continue alerta, principalmente nesse período de chuvas. A população precisa colaborar conosco, evitando acúmulo de água em recipientes, recebendo nossos agentes”, orienta Jeferson.
Ações e cronograma da semana
A Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), executa um cronograma semanal de ação de combate ao Aedes aegypti em toda a cidade, aplicando o fumacê costal e realizando mutirão de limpeza nos bairros e visitas domiciliares. Porém, é necessário a participação da população para eliminar os focos de mosquito, realizando a limpeza de reservatórios de água e evitando acúmulo de entulho e de lixo.
“Em continuidade ao trabalho de combate ao mosquito, a SMS realizou, nos meses de janeiro a junho deste ano, a coleta de 21.413 pneus, 383.280 visitas domiciliares, e 35.784 imóveis foram contemplados com a atividade de bloqueio de transmissão e aplicação de UBV Costal [fumacê]. Nesta quarta-feira, 20, as equipes realizarão aplicação do fumacê costal no bairro São Conrado, e na quinta-feira, 21 as equipes farão esse mesmo trabalho no bairro 13 de Julho”, reforça o gerente.
Foto: Ana Lícia Menezes