Incentivar a carcinicultura capacitando produtores e colocando o camarão no Programa Nacional de Merenda Escolar são algumas das propostas do pré-candidato Fábio Mitidieri para o setor, que já é responsável pela produção de 7% do camarão do Nordeste. Fábio pretende reunir produtores e pesquisadores da área para construir propostas para área focadas na geração de emprego e de renda.
De acordo com Censo de 2017, o estado soma 380 unidades de produção, distribuídas em 20 municípios. Nossa Senhora do Socorro, Brejo Grande, São Cristóvão e Pacatuba são os maiores produtores em quantidade de criadouros.
“Nosso objetivo é profissionalizar esses produtores, tornando a carcinicultura ainda mais rentável e com capacidade de disputar mercado. Sergipe vai avançar. A carcinicultura é uma atividade de baixo impacto e de grande potencial econômico”, diz Fábio, que cita o exemplo de Indiaroba como modelo de desenvolvimento da atividade. O município incluiu o alimento na merenda escolar.
Esta semana, o Sebrae reuniu produtores e pesquisadores da área em um Encontro Estadual dos Carcinicultores. As discussões em torno da cadeia produtiva envolveram a organização dos produtores, já que atualmente a comercialização é feita por atravessadores. Com capacitações e incentivo fiscal, os produtores podem se organizar em pequenas cooperativas com capacidade de realizar todas as etapas da produção: viveiro, manejo, aproveitamento das cascas, venda.
José Milton Barbosa é engenheiro de Pesca e professor adjunto da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e ressalta a necessidade de plano de governo para a aquicultura com foco na pesquisa.
“A carcinicultura causou inegáveis ganhos socioeconômicos e ambientais no baixo São Francisco e em todo estado. No entanto, há necessidade de um plano de governo para a aquicultura, com políticas públicas de apoio a atividade, com criação ou fortalecimento de órgão de assistência técnica, contratação de técnicos especializados, fortalecimento de linhas de crédito e de cadeias de comercialização e aporte de recursos para pesquisa nos órgãos fomentadores. Assim, certamente, teremos o fortalecimento da atividade com aumento do fornecimento de proteínas de origem animal de alto valor e melhoria das condições de vida de muitas famílias de pequenos e médios produtores”.
Para Barbosa, inserir o camarão na merenda escolar é um ganho nutricional para alunos e apoio produtivo para os criadores.
“O camarão na merenda escola é um grande avanço e uma grande sacada do poder público. Você oferece aos alunos um produto nobre no seu dia a dia escolar e, por outro lado, apoia produtores de camarão do município”.