Historicamente, maio é o mês que mais chove, em Aracaju, com uma média de 251 milímetros de volume pluviométrico. No entanto, em 2022, o acumulado de chuva, nesse mês, chegou quase ao dobro, 420 milímetros, com maior incidência no dia 31, quando foram registrados 67,5 milímetros de chuva, na capital, o que representa um novo cenário climático, com desafios administrados de forma estratégica e proativa pelas equipes da Prefeitura de Aracaju, através do Comitê de Gerenciamento de Crise.
Somente nos últimos sete dias de maio, de 24 a 31, foram contabilizados 250 milímetros de chuva. Com esse volume expressivo, que seria o esperado para todo o mês, a cidade demonstrou sua capacidade de resiliência, sem registro de ocorrências graves e rápida retomada à normalidade, após períodos de chuva concentrada, resultado do trabalho planejado, com foco em ações preventivas e ações de respostas executadas de maneira coordenada.
O prefeito Edvaldo Nogueira ressalta que a integração das equipes da Prefeitura tem sido fundamental para a efetivação do planejamento estratégico.
"A prevenção é fundamental. Temos que estar atentos porque a lógica climática não é mais a mesma, em nenhum lugar do país. É necessário pensar diferente para avançar nas iniciativas. Conseguimos elevar muito a nossa taxa de resolutividade nos últimos anos e devemos nos manter da mesma forma. Aproveito para, ao mesmo tempo, parabenizar as equipes das secretarias envolvidas com o Comitê de Crise pelo trabalho efetivo, organizado e integrado que é realizado diariamente", frisa o prefeito.
De acordo com o secretário da Defesa Social e da Cidadania, tenente-coronel Silvio Prado, as ações antecipadas de prevenção, para ampliar a resiliência da cidade, abrange diversas frentes de trabalho, como é o caso do mapeamento das áreas de risco; limpeza da rede de drenagem; arruamento das vias; implementação de todo o sistema de alerta, para que as pessoas saibam antecipadamente sobre a previsão de chuvas; a rápida retirada de pessoas das situações de riscos, de forma antecipada a um possível evento adverso; além do constante diálogo com as comunidades, através do Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs).
"Mesmo com o volume de chuva acima da média histórica, a cidade mostrou uma grande resiliência. Não tivemos situações de pessoas desabrigadas. Em alguns casos, as pessoas foram realocadas, temporariamente, para casa de familiares, retornando para as suas residências, logo após a avaliação, com a constatação da ausência de riscos", destaca o secretário.
O gestor da Semdec reforça que a incidência de grande volume de chuva, em um curto intervalo de tempo, foi uma característica identificada, com maior recorrência, no início e no final do mês. "Ainda assim, não ocasionou nenhum alagamento que possibilitasse interdição de vias por um longo período. Houve, por um curto tempo, o bloqueio preventivo das avenidas Deputado Airton Teles, Simeão Sobral e Dr. Carlos Firpo, que foram liberadas em torno de 1 a 2 horas, mediante o escoamento da água", explica Silvio Prado.
Ocorrências
Somente em maio, 118 solicitações de vistorias foram atendidas, sendo 78 delas ligadas à avaliação do risco de colapso estrutural parcial ou total; 19 relacionadas à queda ou risco de queda de árvores; 13 referentes à inundação/alagamento; 4 relacionadas a deslizamento de terra e 4 de outras naturezas.
Do total, 92 (78%) foram demandas encaminhadas através do serviço emergencial 199 e 26 (22%) através de outros canais de comunicação ou encaminhamentos, como os realizados pelo Corpo de Bombeiro Militar de Sergipe (CBMSE), Nupdecs, e outros.
Ventos fortes
O coordenador técnico e operacional da Defesa Civil, Robson Rabelo, ressalta que no mês de maio é comum a incidência de ventos mais intensos junto com as chuvas. Em diversos momentos, foram registradas velocidades superiores a 40km/h, sendo entre os dias 24 e 26 os ventos de maiores intensidades.
Durante o mês, foi registrada a queda de seis árvores e quatro registros do risco de colapso de outdoors e painéis publicitários, em Aracaju.
"Nessas situações de ventos fortes, orientamos que as pessoas evitem se abrigar embaixo de árvores ou ficar próximas a painéis publicitários e outras estruturas que, porventura, sofram ação do vento com maior intensidade", alerta o coordenador.
Áreas de risco
Com o alto volume de chuva acumulada, algumas áreas precisam de uma maior vigilância, a fim de mitigar os riscos, como explica Robson Rabelo.
"O monitoramento é feito de forma mais concentrada nas regiões que têm risco de deslizamento de terra, principalmente aquelas com risco alto e muito alto, além das áreas nas quais a equipe é demandada, por solicitações da própria população, que observa algum sinal de anormalidade e comunica à Defesa Civil, que vai ao local fazer uma análise mais detalhada", informa o coordenador.
Somado a essa atuação, frente às chuvas, há constante monitoramento das áreas de risco da capital, com base em mapeamento atualizado periodicamente pelo órgão.
Foto: Felipe Goettenauer