Pneumologista do Huse alerta para o uso de cigarros eletrônicos e os riscos à saúde
Saúde
Publicado em 09/02/2022

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape, têm um formato similar a um cigarro, mas também podem vir em forma de caneta ou parecidos com um pen drive. Embora tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros convencionais, seu uso se popularizou, especialmente entre os jovens, que fazem consumo em shows, festas e demais ambientes. 

O  pneumologista do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), Saulo  Maia, faz um alerta  aos   jovens sobre os  riscos do uso do cigarro eletrônico e a ingestão de substâncias liberadas na fumaça. “Essa absorção pode causar desde problemas simples, irritação da garganta, sinusite, faringite e desencadear processos alérgicos como asma e rinite, tosse crônica ou outros quadros”, afirma o especialista. Por isso, o médico alerta que, diferente do que é divulgado pela indústria tabagista, o cigarro eletrônico é tão nocivo quanto o cigarro comum.

O uso exagerado, assim como o cigarro convencional, pode causar lesões no pulmão que  são detectadas pela mudança na aparência do órgão e podem causar insuficiência respiratória. A insuficiência respiratória  aguda  é um dos quadros que o paciente pode desenvolver devido a inalação de substâncias tóxicas presentes no cigarro comum ou eletrônico. Nesses casos, quando é realizada uma radiografia do pulmão em pacientes com insuficiência respiratória, nota-se as mudanças na cor do pulmão. 

Os produtos químicos do cigarro eletrônico podem causar pneumotórax espontâneo, pneumonite de hipersensibilidade e outros tipos de pneumonia que fazem com que o paciente tenha falta de ar, tosse prevalente, precise de oxigenoterapia e muitas vezes tendo a necessidade de ser entubado e ir para ventilação mecânica.

Tabagismo 

O tabagismo é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. Geralmente, as doenças causadas pela dependência de nicotina são preveníveis.   No  país  morrem  em   torno  de  220 mil pessoas por doenças relacionadas ao tabaco. É um número  expressivo, mas, quando a pessoa não fuma ou deixa de fumar, independente do tempo de cigarro, previne essas doenças.  

O uso do cigarro eletrônico também não é uma alternativa ao cigarro comum. Não existem trabalhos científicos que comprovem o benefício da pessoa que é fumante usar o cigarro eletrônico para sair do cigarro tradicional e que seria uma via para deixar o tabagismo. Pelo contrário, os estudos estão apontando que ele seja uma porta de entrada para pessoa que nunca fumou, começar a fumar, se tornando fumante do cigarro tradicional.

Substância  

 Uma  das principais diferenças entre o cigarro comum e o cigarro eletrônico é a composição. No cigarro tradicional são encontradas entre 4 mil e 4.700 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina, que é o que causa dependência. A substância também é encontrada no cigarro eletrônico.  Os malefícios dos outros produtos químicos são câncer, doenças cardiovasculares, infarto, hipertensão arterial, bronquite crônica, enfisema, impotência  sexual. 

Além da nicotina, que tem nos cartuchos dos cigarros eletrônicos há outras substâncias químicas, como formaldeído, acroleína, produtos orgânicos voláteis, metais pesados. Não sabendo ainda a proporção de quantas substâncias químicas tem porque o cigarro eletrônico está sendo introduzido no mercado agora e há  uma  mudança  de cartucho para cartucho. Na população mais jovem, o que torna o cigarro eletrônico mais atrativo do que o cigarro comum são as essências e aromatizantes. Muitas vezes  são utilizados extrato de frutas, baunilha, menta, café e chocolate. 

A  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização e a importação do cigarro eletrônico, e o  produto só é adquirido  aqui  no país de maneira irregular. 

Por Assessoria SES

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