Feirinha da Gambiarra está fortalecendo o empreendedorismo sergipano durante a pandemia
Economia
Publicado em 03/12/2021

Com o cenário de incertezas ocasionado pela pandemia, que, além de afetar a saúde, trouxe efeitos em diversas áreas, como o mercado de trabalho, muitas pessoas passaram a buscar no empreendedorismo uma maneira de conseguir sua fonte de renda. No ano de 2020, quando o vírus chegou ao Brasil, o Portal do Empreendedor registrou cerca de 2,6 milhões de microempreendedores individuais (MEI).

Embora essa tenha sido a alternativa encontrada por muitos, não só para novos empreendedores, mas também para os que já faziam isso antes de o coronavírus alterar a rotina ao redor do globo, o cenário se mostrou bastante desafiador. Em Aracaju, a Feirinha da Gambiarra, um projeto que já tinha como objetivo movimentar a economia criativa e incentivar os pequenos empreendedores, é um exemplo de que manter o foco e buscar boas estratégias se tornou ainda mais importante

“Ficou escancarada a necessidade de profissionalizar o pequeno empreendedor para que tenhamos marcas com ciclos de vida maiores, empreendedores mais capacitados e preparados para as mais diversas crises que venham a surgir. Hoje o cenário do empreendedorismo em Sergipe, assim como num retrato do Brasil, se mostra com a grande maioria das pessoas empreendendo por necessidade e não por opção”, pontuou a arquiteta e criadora da Feirinha da Gambiarra, Isabele Ribeiro.

Entendendo que, mesmo com as dificuldades internas da Gambiarra durante a pandemia, era preciso agir de forma estratégica, rápida e assertiva para continuar dando auxílio e suporte aos pequenos empreendedores, a criadora da Feirinha buscou maneiras de reinventar a forma como esse suporte era prestado.

“Durante a pandemia nós agimos muito, com pouco recurso, e conseguimos pleitear alguns editais. Dentro desses editais fizemos feirinhas Em 2020 lançamos um financiamento colaborativo . Dele, conseguimos captar 16 mil reais. Desse valor nós fizemos uma feirinha on-line e dela conseguimos fazer com que toda aquela rede de pessoas que ficam nos bastidores da feirinha, sejam técnicos de luz, som, fotografia, vídeo, artistas, assim como os expositores, com que tivessem dinheiro no bolso na pandemia”, disse a arquiteta.

Tudo isso, de acordo com Isabele Ribeiro, foi feito buscando agir através de diversas ações como a realização de feirinhas online, a criação da Rede Gambiarra e as diversas feirinhas que foram realizadas dentro do tempo de pandemia, mesmo enfrentando dificuldades

“Também lançamos uma mentoria. Abrimos seleção, onde 11 mulheres foram selecionadas e, durante alguns meses, essas mulheres receberam essa mentoria. Foram uma série de aulas sobre essa área de gestão, tudo que engloba a parte do empreender: Marketing, Jurídico, Financeiro e Contábil. Essa rede gambiarra, para mim, foi nossa maior ação, além de todos os eventos que conseguimos fazer, em formatos menores, sempre respeitando os protocolos”, afirmou a criadora da Feirinha da Gambiarra.

De onde vem a Gambiarra?

Surgindo no ano de 2012, quando Isabele começou a receber em seu brechó mulheres empreendedoras em busca de espaço para expor seu trabalho, a Feirinha da Gambiarra nasceu da necessidade, enxergada pela arquiteta, de um espaço que reunisse os pequenos empreendedores e, ao mesmo tempo, contribuísse para a área cultural.

“Começamos na porta do brechó mesmo, com 12 expositores e foi muito bonito desde o primeiro dia. O nome Gambiarra veio realmente da gambiarra, fazendo alusão a ideia da lâmpada e várias ideias conectadas. Desde então fomos crescendo naturalmente, melhorando a gestão, entendendo o público”, relatou a arquiteta.

Fechando o calendário de 2021, a Feirinha da Gambiarra encerra o ano com duas edições no mês de dezembro. O evento acontecerá no dia 5 de dezembro na Praça Zilda Arns e no dia 12 no Parque da Sememteira, ambos no mesmo horário, das 15h até às 21h.

“As pessoas podem esperar da Feirinha de dezembro um evento sempre muito acolhedor. Para participar, além de trazer um quilo de alimento, elas só precisam apresentar o cartão de vacinação, com máscara e álcool em gel. Temos uma programação muito saudável no palco para as crianças, para pessoas de todos os gostos musicais. Terá área infantil aberta, mais de 100 expositores e diversas atrações”, disse Isabele Ribeiro.

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